terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quais são as utilidades das conchas?

       A utilidade fundamental das conchas é a de proteger a seus donos dos depredadores, pois os moluscos possuem músculos e órgãos moles que precisam de uma parte dura para sua proteção. Ao contrário do que se pensa, o colorido da maioria das conchas não tem um efeito de camuflagem ou mimetismo pois esses coloridos ficam ocultos embaixo do periostraco. A tudo isso tem que somar todo tipo de algas, fungos marinhos e invertebrados que se hospedam nas suas superfícies, criando em muitas delas deposições calcáreas.
        Caso excepcional são os moluscos das famílias CIPRAEIDAE, MARGINELLIDAE, OLIVIDAE e algumas espécies de outras familias que não tem periostraco e mantém a sua concha perfeitamente limpa graças aos lóbulos do manto que conseguem cobrir completamente todo o redor da sua concha, impedindo que grude sobre ela alguma incrustação. Estes lóbulos segregam uma capa calcárea muito fina, como um esmalte, o que da as conchas uma textura lisa e brilhante. A maioria dessas espécies usam um colorido que produz uma imagem confusa de luzes e sombras fazendo-se difícil detectar a sua silhueta para confundir os depredadores.
Conchas da família Cypraeidae
Outros moluscos usam as conchas para evitar a desidratação por perda de água, neste caso os moluscos terrestres. É um meio de locomoção no caso de membros da familia PECTINIDAE como algumas espécies de vieiras. Alguns conseguem flutuar com a concha mediante câmaras de gazes alojadas no seu interior no caso os Cefalopódes como os nautilus.




Quando um molusco morre, sua concha é a parte que permanece intacta durante mais tempo. Os próprios moluscos usam as conchas de outros moluscos.Os
Xenophoriidae
  polvos costumam acumular conchas nas suas tocas grudadas a seus tentáculos, como meio de escudo defensivo diante dos depredadores. Os membros da família Xenophoriidae incrustam na sua própria concha outras conchas de moluscos para proteger- se melhor dos depredadores.

    No meio natural alguns crustáceos como o carangueijo ermitão as usam como casa, mudando-se para conchas maiores quando crescem de tamanho.
Alguns peixes bem estudados por aquaristas da família dos Ciclidos africanos do Lago Tanganica e Malawi são chamados conchícolas como o Lamprologus Ocellatus é Neolamprologus meeli. Eles usam as conchas vazias de moluscos do gênero Neothauma e Lanistes para refugiar-se.
      No final da sua vida termina convertida em areia pela erosão do mar e mais tarde dissolvida completamente na água e reabsorvida de novo por seres vivos, entre eles os moluscos, voltando ao ciclo inicial.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Minhas Cypraeas

            As Cypraeas é um gênero de moluscos conhecidos popularmente como búzios. O nome científico Cypraea vem de Cyprus, a ilha onde nasceu Afrodite.  Nas Cypraeas,  o periostracum (tecido animal) recebe o nome de manto. O manto é carnudo e tem por função a deposição da cor e do desenho na parte externa da concha. Como geralmente a recobre na sua totalidade protegendo-a da erosão exterior, faz com que as Cypraeas, na generalidade, apresentem um brilho espectacular, sendo por isso apelidadas pelos franceses como "porcelaines" e sendo consideradas também a família mais colecionada.
         Ainda são poucas as espécies que possuo, mas é com orgulho e prazer que compartilho aqui com vocês algumas curiosidades  e as imagens das minhas tão amadas Cypraeas.
       Nas imagens abaixo estão as minhas Cypraeas brasileiras, no Brasil temos apenas quatro espécies de Cypraea. Possuo na minha coleção a C. acicularis, a C. cinerea brasiliensis e a C. zebra. Faltando, por tanto a C. surinamensis (muito rara, natural do Ceará, normalmente encontrada no estômago de um peixe chamado pacamon) para completar a minha coleção de Cypraeas brasileiras. As três espécies foram coletadas em litoral nordestino, Praia da Barra - Natal, RN.

Cypraea moneta
         Algumas espécies de Cypraeas foram amplamente utilizadas como moeda  até o século XVIII, a C. moneta e a C. annulus foram as mais utilizadas.  Os árabes usaram milhões destas Cypraea como lastro em seus navios até o norte da África e em seguida as transportaram para o oeste da África onde as trocavam por escravos e ouro. Os portugueses também tiveram papel importante na utilização das Cypraea como dinheiro. Aliás, o nome popular da Cypraea em inglês é Cowrie, que nada mais é a palavra portuguesa Cauri (Concha) adaptada para o inglês.
Cypraea annulus
     
A utilização de Cypraea como dinheiro só foi deixada de lado no início do século XX, quando a inflação fez com que o preço de uma noiva em Ghana fosse de 80.000 Cypraea, uma quantidade muito grande. Como as conchas foram perdendo valor sua utilização foi gradualmente deixada de lado.  
No Brasil, até hoje as Cypraea são utilizadas no Candomblé (os famosos búzios), e se pode encontrar às vezes nas praias de Salvador alguns exemplares de C. moneta e annulus. Elas vêm de barcos portugueses naufragados na costa baiana, que depois de tempestades vem parar na praia. Também são muito utilizadas em artesanato, pois são encontradas em abundância.
       
         Os nomes em latim das Cypraeas indicam com o que elas se assemelham, assim, a  Cypraea mappa assemelha-se ao contorno de um mapa; a Cypraea caputserpentis lembra uma cabeça de serpente; a Cypraea arabica remete a desenhos árabes; a Cypraea onix é semelhante à pedra negra usada contra mau-olhado; a Cypraea tigris e a Cypraea vitelus trazem à memória, respectivamente, um tigre e um vitelo.
        
          Como a grande maioria das Cypraeas não habitam os mares do Brasil, adquiri a maioria delas por meio de compras, trocas com outros colecionadores e até mesmo através de presentes.




       O tamanho das Cypraeas variam de acordo com a espécie, podendo suas conchas variar entre 2 à 12 cm. Independente dos tamanhos, elas encantam até mesmo os não colecionadores, devido ao  formato, as cores, o brilho e principalmente, aos magníficos desenhos que formam uma verdadeira obra de arte.






Fontehttp://www.colecionismo.com.br
           http://www.conchasbrasil.org.br
           http://adzivo.no.sapo.pt/gots/05.htm
Fotos: Ana Paula de Oliveira

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Como iniciar uma coleção de conchas

   A perfeição geométrica, a beleza das formas, o brilho, as cores e os delicados mosaicos da superfície das conchas encantam as pessoas e explicam o fascínio que elas despertam. Há não só o interesse científico mas também a satisfação pessoal dos colecionadores e lucros comerciais.
   Segundo o arquiteto Eduardo Schirrmeister, que dispõe de um dos maiores acervos do Brasil, com cerca de 20 mil exemplares, a maior parte dos colecionadores começam se entusiasmando pela variedade de conchas que encontra em nossas praias. Outros se encantam pelo tema quando visitam uma coleção de um museu, têm um amigo colecionador ou herdam de algum parente. Seja qual for esse início, o interessante é manter contato com outros colecionadores para desenvolver suas idéias e adquirir maior conhecimento. Assinar uma revista especializada e adquirir livros é uma maneira de conhecer todas as possibilidades existentes em uma coleção e escolher a sua preferência. Como no caso dos selos ou moedas, é possível desenvolver vários temas dentro de uma coleção de conchas.
   Nem todos gostam de transformar uma coleção em algo muito sério e buscam apenas o prazer de possuir aquelas peças mais bonitas, coloridas e exóticas. Outros relacionam tudo o que pertence a uma determinada família. Há os que preferem apenas conchas terrestres ou marinhas, somente espécies brasileiras ou até microconchas, grupo que só podemos admirar suas cores e esculturas sob um microscópio.


Fonte:http://www.jornalentreposto.com.br/siteantigo/fev2008/conchas.htm

Filo Mollusca - classificação

   O filo Mollusca  é o segundo em número, suplantado pelo  Arthropoda (Insetos) com suas mais de cem mil espécies. Do ponto de vista zoológico, o filo Mollusca (moluscos), é dividido em cinco classes principais: Bivalvia, que são as conchinhas com duas partes que coletamos nas praias; Cephalopoda, onde se encontram os polvos e lulas; Gastropoda, o maior grupo, conhecido por búzios, caramujos e caracóis; Poliplacophora, um tipo de “tatu-bolinha” do mar; e Scaphopoda, que se assemelham a um dente de elefante. Cada uma dessas classes é sudividida em famílias, depois em gêneros e, finalmente, em espécies.


Fonte: http://www.jornalentreposto.com.br/siteantigo/fev2008/conchas.htm

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Conhecendo os Moluscos

   Quero dá ênfase neste blog ao fantástico mundo dos moluscos, principalmente às suas exuberantes conchas.
     Antes de conhecer um pouco mais sobre essas jóias da natureza que tanto encantam ao homem devido à sua  perfeição geométrica e a beleza de suas formas,  precisamos antes de tudo iniciar um breve estudo do conceito de moluscos.
    A palavra  molusco vem do latim mollis ("mole"), que caracteriza o seu corpo mole, geralmente protegido por uma concha calcária e orgânica, resistente, de uma ou mais peças. A malacologia é o ramo da Zoologia que estuda os moluscos como um todo, fisiologicamente e ecologicamente. Já a conquiliologia  se preocupa com o estudo das conchas e sua coleção.
  Os moluscos estão adaptados  aos mais diferentes modos de vida. Assim, há moluscos rastejantes (caramujos), fixos (ostras, mariscos), bons nadadores (lulas e polvos) e até flutuantes (Nautilus). Espécies terrestres são os caracóis e as lesmas, e em água doce vivem também muitas espécies de caramujos. Há ainda  aqueles que vivem permanentemente enterrados, deixando para fora da areia apenas os sifões, que são tubos para a entrada de água (com alimento e oxigênio) e a saída de água (com gás carbônico, excretas e fezes). Nesses vários ambientes, eles têm grande importância nas cadeias alimentares, sendo detritívoros, consumidores de microorganismos, predadores que atacam grandes presas (crustáceos, peixes e vermes) e herbívoros que se alimentam de algas ou de folhas de plantas.
   Não podemos deixar de ressaltar que algumas espécies de moluscos podem trazer prejuízos como, por exemplo,  o Teredo navalis, o "cupim dos mares", o molusco xilófago (comedor de madeira) que destrói cais e cascos de navios. Lesmas e caracóis causam grandes prejuízos à agricultura. Caramujos planorbídeos são transmissores de vermes parasitas, caso da esquistossomose. Os Conus  podem causar acidentes fatais para o ser humano, pela inoculação do seu potente veneno. 
    Finalizando, como curiosidade, é neste filo que estão os maiores invertebrados, que são as lulas gigantes (Architeutis) abissais e o bivalve Tridacna gigas que vive na Grande Barreira da Austrália e no oceano Índico. Sua grossa concha chega a 1,5 m de largura e pode passar dos 100 quilos.


Fonte: Biologia  - Volume 2 - seres vivos: estrutura e função. César da Silva Júnior, Sezar Sasson -  8 ed -  São Paulo: Saraiva, 2009.
Texto: Ana Paula de Oliveira