terça-feira, 5 de outubro de 2010

Minhas Cypraeas

            As Cypraeas é um gênero de moluscos conhecidos popularmente como búzios. O nome científico Cypraea vem de Cyprus, a ilha onde nasceu Afrodite.  Nas Cypraeas,  o periostracum (tecido animal) recebe o nome de manto. O manto é carnudo e tem por função a deposição da cor e do desenho na parte externa da concha. Como geralmente a recobre na sua totalidade protegendo-a da erosão exterior, faz com que as Cypraeas, na generalidade, apresentem um brilho espectacular, sendo por isso apelidadas pelos franceses como "porcelaines" e sendo consideradas também a família mais colecionada.
         Ainda são poucas as espécies que possuo, mas é com orgulho e prazer que compartilho aqui com vocês algumas curiosidades  e as imagens das minhas tão amadas Cypraeas.
       Nas imagens abaixo estão as minhas Cypraeas brasileiras, no Brasil temos apenas quatro espécies de Cypraea. Possuo na minha coleção a C. acicularis, a C. cinerea brasiliensis e a C. zebra. Faltando, por tanto a C. surinamensis (muito rara, natural do Ceará, normalmente encontrada no estômago de um peixe chamado pacamon) para completar a minha coleção de Cypraeas brasileiras. As três espécies foram coletadas em litoral nordestino, Praia da Barra - Natal, RN.

Cypraea moneta
         Algumas espécies de Cypraeas foram amplamente utilizadas como moeda  até o século XVIII, a C. moneta e a C. annulus foram as mais utilizadas.  Os árabes usaram milhões destas Cypraea como lastro em seus navios até o norte da África e em seguida as transportaram para o oeste da África onde as trocavam por escravos e ouro. Os portugueses também tiveram papel importante na utilização das Cypraea como dinheiro. Aliás, o nome popular da Cypraea em inglês é Cowrie, que nada mais é a palavra portuguesa Cauri (Concha) adaptada para o inglês.
Cypraea annulus
     
A utilização de Cypraea como dinheiro só foi deixada de lado no início do século XX, quando a inflação fez com que o preço de uma noiva em Ghana fosse de 80.000 Cypraea, uma quantidade muito grande. Como as conchas foram perdendo valor sua utilização foi gradualmente deixada de lado.  
No Brasil, até hoje as Cypraea são utilizadas no Candomblé (os famosos búzios), e se pode encontrar às vezes nas praias de Salvador alguns exemplares de C. moneta e annulus. Elas vêm de barcos portugueses naufragados na costa baiana, que depois de tempestades vem parar na praia. Também são muito utilizadas em artesanato, pois são encontradas em abundância.
       
         Os nomes em latim das Cypraeas indicam com o que elas se assemelham, assim, a  Cypraea mappa assemelha-se ao contorno de um mapa; a Cypraea caputserpentis lembra uma cabeça de serpente; a Cypraea arabica remete a desenhos árabes; a Cypraea onix é semelhante à pedra negra usada contra mau-olhado; a Cypraea tigris e a Cypraea vitelus trazem à memória, respectivamente, um tigre e um vitelo.
        
          Como a grande maioria das Cypraeas não habitam os mares do Brasil, adquiri a maioria delas por meio de compras, trocas com outros colecionadores e até mesmo através de presentes.




       O tamanho das Cypraeas variam de acordo com a espécie, podendo suas conchas variar entre 2 à 12 cm. Independente dos tamanhos, elas encantam até mesmo os não colecionadores, devido ao  formato, as cores, o brilho e principalmente, aos magníficos desenhos que formam uma verdadeira obra de arte.






Fontehttp://www.colecionismo.com.br
           http://www.conchasbrasil.org.br
           http://adzivo.no.sapo.pt/gots/05.htm
Fotos: Ana Paula de Oliveira

3 comentários:

  1. Amiga ficou mto legal a matéria... amo essa família, pra mim uma das mais bonitas e com as mais diferentes cores e desenhos...
    Beeejooooos

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  2. OLA ANA PAULA outro dia eu estive pesquisando um peixe que costumava pescar e quase nao achei fotos dele cujo nome é pacamon , foi entao que vi seu artigo sobre as conchas , estou esperando uma opotunidade de pegar outro especime em que possa ter uma concha no estomago, detalhe ja peguei 5 e grande com mais de quilo ate só que nao tinha nada a nao ser um caranguejo pequeno ...e um anzol de outrem rsrs .ps agora tenho fotos do peixe no meu orkut..caso consiga uma SURINAMESIS entro em contato com voce, pra ter de sua coleçao completa ...ha pesco no rio ceara que fica na barra do ceara em fortaleza vizinho ao municipio de caucaia obs ja peguei um pacamon do rio tambem mais nao tive sorte ..meu email de contato é danieloptico@gmail.com

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  3. Possuo duas C. surinamensis, ambas encontradas no estômago do pacamon. Sou do litoral cearense e a frequência de aparecimento dessa linda concha é rara mesmo.

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